O mercado de trabalho brasileiro fechou 860.503 empregos com carteira assinada em abril de 2020, de acordo com dados consolidados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (27/05) pelo Ministério da Economia.
Essa foi a primeira vez no ano que o Ministério da Economia divulgou os dados do Caged referentes a 2020. Em março, a pasta entendeu por suspender a divulgação dos dados do primeiro trimestre alegando que as empresas não estavam prestando informações completas ao Ministério após a mudança de sistema.
O saldo foi resultado de 598.596 admissões e 1.459.099 demissões ao longo do último mês. O resultado é o pior da série histórica da Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, que teve início em 1992 (29 anos atrás).
Em abril do ano passado, o Caged teve saldo positivo de 129.601 postos de trabalho com carteira assinada, resultado de 1.374.628 admissões e 1.245.071 demissões.
Com isso, os números mostram que houve um aumento de 17,2% nas demissões na comparação anual, enquanto as admissões recuaram 56,5%.
Em valores nominais, houve queda do emprego formal em todas as regiões e todos os Estados do país no mês de abril. Do total de 860.503 postos fechados no país, 450.707 foram no Sudeste, 202.805 no Sul, 126.835 no Nordeste, 27.069 no Norte, e, 53.057 no Centro-Oeste, sendo que o Estado de São Paulo teve o pior desempenho, com o fechamento de 260.902 vagas, seguido por Minas Gerais (-88.298), Rio de Janeiro (-83.626) e Rio Grande do Sul (-74.686).
NÚMEROS DE 2020
De janeiro a abril de 2020, foram 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões no país, resultando num acumulado de 763.232 vagas fechadas nos quatro primeiros meses do ano.
Um ano atrás, o mesmo período contou com 5.529.457 admissões e 5.215.622 demissões, com um saldo positivo de 313.835. Ou seja, as admissões caíram 9,6% e as demissões subiram 10,5% no intervalo de um ano.
Na comparação mês a mês, o salário médio real de admissão no Brasil cresceu. Passou de R$ 1.496,92 em abril de 2019 para R$ 1.814,62 no mês passado.
Além disso, foi informado que os dados do Caged agora passam a ser agrupados na mesma divisão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), saindo assim de oito para cinco atividades: Comércio, Serviços, Indústria Geral, Construção Civil e Agricultura.
No intervalo de janeiro a abril de 2020, Agricultura teve saldo positivo de 10.032, resultado de 275.464 contratações e 265.432 demissões. O resultado da Construção Civil ficou negativo em -21.837. Comércio teve -342.748, Serviços -280.716 e Indústria -127.886.
MP 936 E INTERMITENTES
Segundo o Ministério da Economia, desde 1º de abril, data da edição da Medida Provisória 936/2020, que criou o Programa Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, foram preservados mais de 8,1 milhões de empregos no país, consolidando, assim, as medidas de redução de jornada e de salário, assim como a suspensão temporária do contrato de trabalho como as mais importantes no âmbito trabalhista durante a pandemia.
O número é considerado como satisfatório pela Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, apesar de a estimativa inicial do Governo prever o atendimento de até 24,5 milhões de trabalhadores formais.
Foram apresentados, também, dados referentes aos trabalhadores intermitentes, modalidade criada pela reforma trabalhista de 2017, que permite jornada em dias alternados ou por horas determinadas. De acordo com o Caged, foram fechados em abril 2.375 postos de trabalho intermitente. O número é resultado de 7.291 admissões e 9.666 desligamentos.