Fábio Junqueira é um dos fundadores do escritório de Belo Horizonte
Foto: paulo bareta
São Paulo – O crescimento do JCM Advogados envolve também sorte, na opinião do sócio-fundador, Fábio Junqueira. “Nossa história envolve muita sorte de estar no lugar certo na hora certa”, afirma o advogado.
Ele conta que em 2001, quando houve uma mudança na tributação da previdência privada, sua expertise no ramo ajudou a atrair clientes.
Junqueira lembra que em meados da década de 1990 era muito difícil encontrar advogados que trabalhassem focados em contratos de previdência privada. “Nas faculdades brasileiras, a única disciplina que temos sobre o tema é a de previdência pública”, recorda o especialista.
No entanto, essa era a área com a qual ele mais tinha afinidade. Em seu emprego anterior, uma empresa de auditoria, a maioria dos seus clientes eram grandes fundos de pensão e de previdência complementar. Em 1994, devido a uma lei que tornou exclusividade dos escritórios a atividade de advocacia, Junqueira deixou sua antiga empresa e se juntou a outros profissionais para fundar uma banca.
No momento da criação do JCM Advogados, ainda vigorava a imunidade tributária no setor. Contudo, em 2001, essa imunidade acabou e a banca fundada pelo especialista era uma das únicas no País que tinha experiência nessa área porque conhecia bem a operação destes fundos. “Também éramos dos poucos que conheciam as regras de governança no setor”, observa Junqueira, que de maneira modesta, atribui boa parte do sucesso do escritório a essa sorte de estar bem posicionado no momento em que as demandas previdenciárias tributárias explodiram.
A partir de 2004, segundo ele, justamente por causa dessas questões de governança, o JCM passou a atender outras áreas do Direito Empresarial, mas sempre focando nos contratos e tributação de fundos de previdência. “Hoje temos algumas áreas como trabalhista, cível e societário. Além de outras específicas, como mercado de capitais”, acrescenta.
De acordo com o sócio-fundador, a especificidade da regulamentação da previdência privada é um desafio, mas ao mesmo tempo uma oportunidade, uma vez que cria uma forte demanda para serviços de consultoria acerca dos pormenores da legislação do segmento. “As regras são muito específicas e é um mercado muito regulado. O órgão regulador das previdências é a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e, para as seguradoras, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), além da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que atua em tudo o que se refere a mercado de capitais”, ressalta.
Crescimento
Atualmente, o JCM Advogados possui 200 colaboradores, com vários escritórios além da matriz, que fica em Belo Horizonte (MG). “Temos seis unidades ao todo, espalhadas por Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina. Somos um escritório de médio porte”, destaca.
Ele avalia ainda que foi desafiador entrar no eixo Rio-São Paulo, onde está concentrada a maior parte da oferta de sociedades de advogados. No entanto, o sócio acredita que conquistou os clientes destas regiões com o “estilo mineiro de atendimento”.
Segundo Junqueira, a maioria dos escritórios faz muito atendimento em teleconferência e tem pouco contato com o cliente. “As grandes bancas fazem muitas calls, e quando é reunião, o cliente é que tem de ir para o escritório. Nós gostamos de ter flexibilidade”