Por Maria Inês Murgel advogada e sócia fundadora da JCM Advogados Associados
O dia 26 de agosto vem lembrar a importância de se garantir a igualdade da mulher.
Quando reflito sobre o assunto, tenho sensibilidade suficiente para entender e acreditar que a mulher, de fato, precisa se esforçar e se sacrificar mais para chegar a lugares que o homem chega com facilidade. Essa realidade não pode ser ignorada, especialmente se quisermos que o mundo seja um lugar melhor para todos, e não apenas para alguns.
É duro, muito duro, saber que uma profissional mulher talentosa, dedicada, criativa, não consegue realizar conquistas que homens, em mesmas condições, realizam aos montes. Penso que as instituições, empresas, escritórios de advocacia como o nosso, que não internalizarem profundamente que o valor está no talento, na competência, independentemente de diferenças de gênero, estão destinados ao ocaso. Em questões de trabalho, a prioridade é a idéia, o pensamento, o brilho, a vontade. Se isso ficar em segundo plano, os lugares não resistem, porque em tempos de ascensão de idéias, a riqueza está em quem as tem, homens e/ou mulheres.
Penso também em minha própria trajetória, e devo admitir que, ao longo da caminhada, não senti dificuldades maiores do que sentiram os homens que estiveram e estão ao meu lado. Nunca me senti discriminada ou preterida por ser mulher. Ser mulher não me impediu de ser combativa e obstinada, em tempo algum afetou minha vontade de crescer e ser a profissional que eu almejava ser, nunca foi empecilho para eu agarrar as oportunidades que surgiram para mim.
Alguém pode dizer que tive sorte. Mas penso que sorte tem a ver com um momento, e não com uma vida inteira. O que significa dizer que fui dona e senhora do meu próprio caminho, banquei minhas escolhas, com todos os prós e contras que toda escolha traz. Sempre encarei meu trabalho com a mesma energia e seriedade que meus sócios e colegas homens encaram. Faço sacrifícios, enfrento brigas, dou o duro, como todos os homens que conheço.
Mas, o mais importante, jamais deixei de ser eu mesma, de ser feminina. Pelo contrário. Sempre quero ter em mim as mulheres que admiro. Quero ter em mim a alegria das Adrianas, a garra das Lucianas, a força das Sabrinas, a honestidade das Mirlas, a gentileza das Sidneias, a doçura das Anas, os valores das Tatianas, a vontade de aprender das Alines, as gargalhadas das Sônias, o capricho das Simones, a sensibilidade das Denises, o companheirismo das Ludmillas, os sorrisos das Natálias, o empenho das Marianas, a competência das Christianes, a graça das Elzas, a leveza das Gabrielas, o foco das Julianas, a generosidade das Ângelas, a educação das Rosas e Roses, a energia das Marias Claudias, a espontaneidade das Rebecas e Lorenas, a criatividade das Laíses, a solidariedade das Rafaellas e Suellens, a independência das Tamiris, o talento das Nádias e Alulys, a tolerância das Priscillas, a inspiração das Julias e Déboras, a maturidade das Livias, o comprometimento das Renatas e Karinas, a delicadeza das Silmaras, a seriedade das Bias, a concentração das Karinnes, o carisma das Patrícias e Amandas, o bom humor das Isabelas, Thainás, Thabatas e Perollas, a disponibilidade das Rayanes e Flávias, a coragem das Michelles, Letícias e Luízas….
São muitas as mulheres que me inspiram, não cabem em mim, não cabem aqui. Mas cabe dizer que são maravilhosas, e em tempos de igualdade, me fazem sentir diferente. Me enriquecem e, certamente, me fortalecem.
Hoje, no Dia Internacional da Igualdade da Mulher, gostaria de homenagear todas as mulheres da JCM, tão diferentes, tão fortes e que, como eu, querem a igualdade.