O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MP) recomendou, no dia 25, que a varejista on-line Netshoes contacte todos os clientes afetados por um vazamento de dados ocorrido em dezembro de 2017, a partir de uma falha de segurança na companhia. O MP deu três dias úteis, a partir da notificação, para a varejista responder se vai acatar a recomendação.
Se a recomendação não for acatada, o MP acionará a Netshoes por danos materiais. O MP já instaurou inquérito civil público contra a Netshoes para investigar as circunstâncias e causas do incidente e apurar responsabilidade pelos danos causados.
Em nota, a empresa informou que está em contato com o MP “a fim de avaliar as medidas cabíveis dentro do prazo estabelecido e que confia nas autoridades competentes para a identificação do autor do ato ilícito”.
A empresa, que abriu capital em abril de 2017, acumula queda de 44,29% na Bolsa de Nova York. Ontem, a ação (ADR) fechou em queda de 5,58%, a US$ 8,97.
O promotor Frederico Meinberg informou que o vazamento de dados, que afetou quase 2 milhões (1.999.704 é o número exato) de contas cadastradas no site, foi “um dos maiores incidentes de segurança já registrados no Brasil”. Disse que, apesar de não terem sido reveladas dados financeiros dos usuários, o incidente comprometeu dados pessoais como nome, CPF, e-mail, data de nascimento e histórico de compras.
A principal recomendação do MP é que a Netshoes informe aos clientes afetados que seus dados pessoais foram comprometidos. O órgão pede que isso seja feito por meio de ligação telefônica ou correspondência com aviso de recebimento.
A Netshoes também informou que, após minuciosa apuração interna, concluiu que não houve invasão à sua estrutura tecnológica. A empresa informou que todas as providências jurídicas e tecnológicas cabíveis foram tomadas para solucionar o problema.
Fonte: Valor Econômico